É constante, ouvirmos e vermos diariamente afirmações como: “claro que nossos produtos são de qualidade”, “qualidade comprovada”, “ninguém tem nossa qualidade”, “para nós a qualidade vem em primeiro lugar”, “nosso atendimento é de qualidade” e por aí vai.
As agências de propaganda se esforçam se esmeram muito para colocar as frases de sempre sobre campanhas ditas diferentes e criativas, mas no fundo o que querem mesmo é dar sempre a mesma informação “aqui tem qualidade”.
Há empresas que gastam verdadeiras fortunas em comunicação para apenas dizer o que “deveriam ter” e não apenas “dizer o que gostariam de ter”.
Mas, por que na prática, não percebemos essa tal qualidade tão propagada em campanhas publicitárias elaboradas e cheias de criatividade? Porque não vemos qualidades no atendimento de lojas que prometem ter? Porque compramos produtos e logo percebemos que a qualidade não era o prometido? Porque acabamos até nos confundindo e afirmando que compramos algo de qualidade quando sabemos que não é assim? Será que não estamos todos apenas “convencidos” pela comunicação criativa?
Tenho refletido muito sobre essa “falsa sensação de qualidade”. Se tudo o que falam que é de qualidade e na prática vemos que não corresponde ao que dizem, a questão é:
AFINAL, Onde está a qualidade da qualidade?
A que qualidade as empresas, campanhas publicitárias e afirmações uníssonas estão se referindo?
É claro que sabemos que o mercado apresenta produtos com características diferentes, em função dos níveis de poder aquisitivo, mas que não seja então utilizado o mesmo termo para produtos ou serviços diferentes, que use-se expressões, mais adequados as características e benefício de cada um; caso contrário, corre-se o risco de fazermos a vulgarização no termo “qualidade", nivelando coisas completamente diferentes como se fossem iguais.
Por exemplo, se olharmos a programação de TV, verificaremos uma grande e cada vez mais aperfeiçoada qualidade técnica e cada vez menos qualidade em roteiros, idéias e propostas. Programas com alta tecnologia, mas com muitos apresentadores sem nenhuma qualidade, e por aí também vai. Será que na busca incessante de altos índices de audiência deixamos a qualidade de lado? É o que parece, consome-se muito qualquer coisa com pouca qualidade, e o pior, parece que nem se percebe isso.
Será por estas questões que consumidores não conseguem ser fiéis a determinadas marcas, produtos ou estabelecimentos? Será por isso que ficam insistentemente trocando de fornecedores na ânsia de buscar sempre o que prometem, mas quase nunca cumprem?
Não adiantam estratégias de marketing para tentar apenas convencer os consumidores,
é preciso ter QUALIDADE mesmo.
Ah! Só para lembrar: Qualidade não é uma estratégia de marketing, é uma obrigação, quem promete deve cumprir, é antes de tudo uma questão de caráter profissional.